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Oi eu sou o Douglas!

Sou professor de História desde 2017. Minha história com a educação começou a partir de uma curiosidade insaciável. Hoje quero compartilhar histórias para fazer do mundo um lugar melhor. Vamos juntos?

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Heródoto V a.C (485 a.C-425 a.C) o pai da história?

Por que pesquisar sobre o passado?

Afinal, que curiosidade é essa que faz com que pensemos em estudar o passado? 

Para o próprio Aristóteles um famoso filósofo grego o passado não tinha mais nada a ensinar, pois falava apenas sobre o que já tinha acontecido e não poderia mais ser alterado. 

Assim as artes como a poesia e a dramaturgia tinham muito mais a ensinar. 

Mas para Heródoto não era bem assim.

Heródoto buscava uma razão para os acontecimentos de seu presente, afinal por que existe essa guerra entre a Pérsia e o mundo grego?

Em suas buscas por respostas, Heródoto foi um dos pioneiros por criar um método sistemático de estudo da história através de documentos, fontes de pesquisas orais e uma tentativa de contar a história dos acontecimentos igual ela aconteceu. De forma imparcial.

Será?

Imagem de storyset no Freepik

Na realidade a história sempre é uma escolha, mas com Heródoto era inaugurado um novo tipo de literatura. A literatura histórica

Pois, mesmo a obra trabalhando com fontes materiais e na tentativa de contar como as coisas realmente aconteceram, esses relatos sempre contam apenas uma parte da História. 

Seu livro acabou sendo dividido em 9 partes pelos alexandrinos e cada livro recebeu o nome de uma musa grega.

Aqui cabe uma coisa interessante, Heródoto em suas viagens acaba indo parar no Egito e elabora uma teoria de que os deuses gregos na verdade seriam uma espécie de apropriação dos deuses egípcios. Em algum outro momento vou falar mais sobre isso quando eu for abordar a parte de mitologia. 

As 9 musas da Grécia que dão nome aos 9 livros de Heródoto são:

  1. Clio seu nome significa “Proclamadora”, “ glória” ou “Fama”. A musa da História
  2. Euterpe, seu nome significa “plena alegria”, “delicia”. A musa da música e da poesia lírica
  3. Tália, significa ” alegre e florescente”. Era a musa da comédia. Vestia uma máscara cômica
  4. Melpômene “Aquela que é melodiosa” a musa da tragédia.
  5. Terpsícore “ Aquela que se deleita na dança”, a musa da dança
  6. Erato. “ A amável” Musa dos versos eróticos e da poesia lírica
  7. Polímnia “a dos muitos hinos” Musa da narrativa, da poesia sagrada, das narrativas da meditação e da agricultura
  8. Urânia “celestial” musa da astronomia,matemática e das lembranças
  9. Calíope “ a bela voz”, a musa da poesia épica, da ciência e da eloquência.
 

Dividir os livros de Heródoto com os nomes das musas gregas foi uma sacada genial dos alexandrinos. Afinal todas elas são filhas de Zeus com a deusa Mnemosine a deusa que simbolizava a memória. Então os capítulos do livro de Heródoto levam os nomes das filhas da memória. E a memória é algo fundamental para a construção da história.

A história é a verdade?

Mas espera um pouquinho que aqui temos que fazer uma pergunta.

Será que ao ler os 9 livros de Heródoto temos uma história imparcial? Será que tudo que ali foi contado é exatamente como aconteceu?

Por melhor que fossem os estudos de Heródoto tenho que dizer que não. Mesmo a história de Heródoto é apenas um recorte sobre os acontecimentos históricos interpretados por homens de seu tempo, limitado pela sua linguagem e pelas suas formas de compreensão de mundo.

Nesse sentido temos uma característica muito específica sobre a história. Ela só passa a existir a partir do momento que é contada por outros para outros, seja de forma oral como nas epopeias homéricas ou sejam escritas nas histórias de Heródoto. A história não é neutra, ela é única, pessoal e subjetiva em muitos aspectos. Por isso, ao analisarmos uma obra histórica sempre precisamos analisar não só o que a obra diz, mas analisar também o que ela não diz, e tentar compreender por que ela não diz e por que escolhe dizer o que diz. Quais documentos foram utilizados e quais foram deixados para trás?

Uma história é cheia de perspectivas. 

Imagine a seguinte cena.

Perspectivas da História

Um cidadão está andando na rua e deixa o celular cair no chão. 3 pessoas viram o acontecimento.

A primeira pessoa diz que o celular caiu porque o sujeito é extremamente descuidado.

A segunda diz que o celular não caiu, a pessoa é que jogou o celular no chão.

E uma terceira pessoa diz que o celular não caiu nem foi jogado, o celular pulou da mão do cidadão de livre e espontânea vontade.

Sei que é um exemplo esdrúxulo. Mas na escrita da história, os historiadores têm que lidar com diversas abordagens e as fontes são as testemunhas que só respondem aquilo que nós perguntamos.

Então para mover a roda da história é preciso aprender a fazer as perguntas certas.

E como eu sei quais são as perguntas certas?

Bom estão certas se utilizarmos todas as fontes disponíveis e estivermos abertos sempre a novos questionamentos, e mesmo a história sendo algo que já aconteceu, novas descobertas e novas indagações podem sempre trazer novas perspectivas e novos olhares sobre as descobertas que foram feitas. 

E para retomar Heródoto e seus conselhos precisamos entender que a história é sempre uma oportunidade de

“Pensar o passado para compreender o presente e idealizar o futuro” Heródoto

E foi por causa desse seu rigor, método de escrita e pesquisa das fontes, que o filósofo romano Cícero, chamou Heródoto de o pai da história.

Referências para saber mais:

BLOCH, Marc. Apologia da história, ou o ofício do historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.

Heródoto. História. Rio de janeiro: Nova Fronteira,2019.

 

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