A História e o Historiador
História ciência X História para dormir
Você sabe a diferença entre História como Ciência e as historinhas para dormir?
Você sabia que apenas os seres humanos são capazes de contar histórias?
Até onde sabemos nossa espécie é a mais inteligente do planeta. Após a revolução cognitiva nossa capacidade de compreender o mundo ao nosso redor aumentou de forma gigantesca e a partir desse momento não paramos mais de aprender.
Mas será que essa capacidade de contar histórias foi capaz de transformar as nossas vidas tanto assim?
Vejamos...
- Você gosta de ouvir histórias?
- Quando você era pequeno seus pais contavam histórias para você dormir?
- Você gosta de histórias em quadrinhos?
- Você gosta de ir ao cinema?
- Assistir séries em sistemas de stream, como netflix, amazon ou qualquer outra?
- Assiste animes tipo Naruto e Dragon Ball?
- Quando vai viajar ou quando acontece algo muito legal, você precisa contar para alguém?
Não sei vocês, mas pra mim a resposta é sim para todas as alternativas. A capacidade de contar histórias é revolucionária. Contar uma boa história é fundamental para chamar a atenção, se comunicar e até mesmo fazer novos amigos.
Então tá legal, os seres humanos são os únicos animais que conseguem contar histórias. Mas qual a diferença entre a história ciência para estas histórias de filmes, livros e até mesmo as historinhas para dormir?
A verdade é que a história é uma ciência que se ocupa de algo muito especifico no passado. O ser humano. Para ser mais exato a história estuda a ação humana no tempo e espaço. Assim diferente das historinhas para dormir e aquelas que gostamos tanto de assistir na internet ou televisão, a história ciência utiliza um método cientifico para compreender cada ação dos seres humanos no passado e quais são as influências dessa construção histórica para o nosso presente.
Como o Historiador chega até o passado?
Será que existe alguma espécie de máquina do tempo que faz com que todos os historiadores façam uma viagem e comecem a entender como era a vida no tempo dos nossos ancestrais?
Seria muito legal não, é? Mas não. A verdade é que…
“O bom historiador se parece com o ogro da lenda. Onde fareja carne humana sabe que ali está a sua caça”. (BLOCH, Marc,2001,p.15.)
Para chegar ao passado o historiador assim como um caçador, busca os rastros que os seres humanos deixaram. Como exemplo podemos usar até mesmo as histórias de que falávamos.
O que as histórias do cinema, teatro, livros e televisão têm em comum com a história como ciência?
O fato de todas elas terem sido criadas por seres humanos.
Assim, mesmo o cinema ou as series de televisão podem ser utilizadas como fontes para que possamos estudar o passado.
Mas por qual motivo o historiador estuda sobre o passado?
A verdade é que todo o estudo sobre o passado permite compreender como era a vida humana e ajuda a explicar como nossa espécie conseguiu chegar até onde chegou. Sempre buscamos melhorar nossas formas de enxergar o mundo ao nosso redor, movidos por uma outra característica bem humana, a curiosidade.
O que move os historiadores nessa viagem para o passado é sempre um sentimento de curiosidade sobre o nosso presente, sempre olhamos para o passado com os olhos do nosso tempo atual. Por exemplo:
Você sabe dizer por que existem afrodescendentes no
Brasil? E porque eles se localizam mais na região do Nordeste do que na região
sul?
Para compreender a ocupação do território brasileiro e sobre a diferença cultural de um povo é necessário fazer uma investigação do passado. No caso dos afrodescendentes no Brasil nossa viagem nos levaria para meados do século XVI quando se inicia o processo de tráfico de pessoas escravizadas, que obrigou diversos africanos a viajarem para o Brasil. Em sua grande maioria foram levados para a região do Nordeste onde se concentra a maior população afrodescendente até os dias atuais.
Nesse sentido o historiador estuda a ação dos seres humanos no tempo, para conhecer o passado, responder questões do presente e planejar melhor o futuro. Afinal conhecer a história da escravidão nos ajuda a compreender melhor as características dos seres humanos, e a evitar que tais práticas que foram nocivas para humanidade voltem a acontecer.
Referências para saber mais:
BLOCH, Marc. Apologia da história, ou o ofício do historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.
PINSKY,Jaime. Escravidão no Brasil. São Paulo: Contexto,2012