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Oi eu sou o Douglas!

Sou professor de História desde 2017. Minha história com a educação começou a partir de uma curiosidade insaciável. Hoje quero compartilhar histórias para fazer do mundo um lugar melhor. Vamos juntos?

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Afinal Quem faz a História?

Somos todos sujeitos da história

Cada um de nós é sujeito da história, afinal contamos histórias o tempo todo, nesse ponto não quero dizer as histórias que contamos conscientemente, mas aquelas que são contadas a partir de nós e apesar de nós.

Cada vestígio que deixamos, a língua que falamos, as roupas que vestimos o que assistimos, tudo isso auxilia a história na compreensão de como a humanidade chegou até aqui, dentro dessa grande viagem pelo passado e pelo tempo as vezes podemos pensar que existiram alguns seres humanos extraordinários que fizeram coisas incríveis para toda a humanidade e que estas pessoas são as “verdadeiras” transformadoras da história.

Entretanto, nada teria sido conquistado ou transformado sem aqueles que vieram antes de nós e mesmo antes dessas tais pessoas tão incríveis da humanidade. 

  • O que seria de Einstein sem Newton?
  • De Luís XIV sem o Luís I?
  • Santo Agostinho sem Platão?
  • De Dante sem Homero ou Virgílio? 
 

Nesse sentido, a história dessa humanidade fantástica pode nos dar alguns exemplos de o que os seres humanos já fizeram e que cada um de nós pode fazer também.

Seja a melhor parte da humanidade ou até mesmo a pior parte dela.

Afinal, como diz o Rapper Emicida na letra da canção triunfo: ” todo mundo tem dentro de si, motivação para ser Adolf Hitler ou Gandhi”

Existe um ditado popular que diz “ Aprenda com quem caiu e não caia para aprender”

É muito interessante pensar sobre isso e perceber que não adianta muito. Se aprendemos com o passado, como vemos os mesmos erros sendo cometidos de novo e de novo? Às vezes precisamos cair e ver por nós mesmos o que a queda pode causar, mas um ponto em que a história nos ajuda, e muito, é conseguir enxergar a queda antes que ela se aproxime assim podemos cair com maior segurança. Assim como no Judô, aprendemos a cair sem nos machucar, amortecendo a queda. 

A história pode nos auxiliar nesse processo.

Imagem de studio4rt no Freepik

Então para responder à pergunta inicial quem faz a história? A resposta mais simples é, cada um de nós, eu, você, seu pai, seus avós que se ainda estão vivos são a própria história viva, eles literalmente viveram em um mundo completamente diferente do seu, não perca a oportunidade de conversar com eles afinal cada velhinho que morre é uma biblioteca que se queima.

O que diferencia você de um Einstein, de um Beethoven ou um Da Vinci? 

A única coisa que nos diferencia é o tempo e o espaço, cada um de nós é protagonista da nossa própria história e não podemos deixar que ela seja conduzida por outros. Afinal, por mais que não tenhamos nossos nomes escritos por historiadores, somos o que há de mais importante na história, somos os anônimos que legitimam todas as grandes figuras.

  • O que seria de Napoleão sem os seus soldados?
  • Jesus sem seus seguidores?
  • Da muralha da China sem seus trabalhadores?
 

Mas as histórias têm mudado cada vez mais, o surgimento da internet permitiu que cada um de nós pudesse ter voz para não precisar mais ficar calado. Agora podemos também ter a liberdade de ajudar a colocar mais um tijolinho nessa história da humanidade.

Perguntas de Um trabalhador que lê

Nessa construção histórica podemos citar aqueles que realmente fazem a história e são deixados de lado. Para compreender melhor essa questão trago aqui um poema do dramaturgo alemão Bertold Brecht (1898-1956).

Perguntas de um trabalhador que lê

Quem construiu Tebas, a cidade das sete portas? 

Nos livros estão nomes de reis; Os reis carregaram as pedras?
E Babilônia, tantas vezes destruída,
Quem a reconstruía sempre?
Em que casas da dourada Lima viviam aqueles que a construíram?
No dia em que a Muralha da China ficou pronta,
Para onde foram os pedreiros?
A grande Roma está cheia de arcos-do-triunfo:
Quem os erigiu? Quem eram aqueles que foram vencidos pelos césares?
Bizâncio, tão famosa, tinha somente palácios para seus moradores?
Na legendária Atlântida, quando o mar a engoliu, os afogados continuaram a dar ordens a seus escravos.
O jovem Alexandre conquistou a Índia.
Sozinho?
César ocupou a Gália.
Não estava com ele nem mesmo um cozinheiro?
Felipe da Espanha chorou quando sua armada naufragou. Foi o único a chorar?
Frederico 2º venceu a Guerra dos Sete Anos.
Quem partilhou da vitória?
A cada página uma vitória.
Quem preparava os banquetes?
A cada dez anos um grande homem.
Quem pagava as despesas?
Tantas histórias,
Tantas questões

(Berthold Brecht, 1935)

Discutindo a divina comédia

Ainda pensando nas “grandes personalidades da história” existe um quadro muito interessante de 2006, elaborado pelos pintores Taiwaneses Dai Dudu, Li Tieze e Zhang Na. O quadro nos apresenta diversas figuras históricas e ao clicar em cada uma delas surge uma pequena biografia sobre aquela personalidade.  

Acho extremamente interessante pensar em Dante Alighieri como inspiração para realização do quadro, pois na época em que ele escreveu a divina comédia entre 1304 e 1321 em meio ao século XIV e o renascimento italiano, ele faz a sua caminhada do inferno ao paraíso e vai encontrando aqueles que eram considerados os grandes homens de tempos passados, personagens como Virgílio um poeta romano, Platão um filósofo grego entre outros. Passando pelos 9 círculos do inferno até chegar ao purgatório e finalmente ao paraíso.

Hoje os artistas taiwaneses, acrescentam novas personalidades. 

Observe cada uma delas, e diz pra mim em qual lugar da vida após a morte você acha que essas personalidades vão estar, inferno, purgatório ou paraíso, o que vocês acham?

Importante ressaltar que a criação é dos pintores, apoiados no ombro de pessoas do passado como o próprio Dante Alighieri. Mas os autores fazem questão de estarem colocados no quadro. Afinal eles são os grandes invocadores da história. Assim como eles cada um de nós é um protagonista dessas diversas histórias da humanidade.

Referências para saber mais:

BLOCH, Marc. Apologia da história, ou o ofício do historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.

FUNARI. Pedro, Paulo;SILVA. Glaydson, José. Teoria da História. São Paulo: Brasiliense,2008

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